quinta-feira, 28 de abril de 2011

Paraíso


No Paraíso do inferno morno
As banhas moles se platifam
Com o Zum Zum Zum ardido
Dos xingos desgraçados de mães

O filho da puta velha
O viado de cu sem dono
O bêbado de terça a tarde
O catarrento de fuça larga
Se estremunham todos num só fedor
Numa (des)harmonia silábico-fonética

A comida requentada de ontem
Vai descendo (quando tem) goela'baixo
Pra encher os buchos d'uns
Sem fundo ou gosto algum

As feridas melequentas dos pivetes
Cachorros lambem, deliciosamente
Depois do cio das cachorras vizinhas.

Ah, e dizem que seu Dorogildo é marrento
(Mal sabem que come as quengas da Lia)
O sol escalda a lama aguacenta
Das frieiras entre os dedões dos pés
As moscas borbulham na podridão
Do esgoto correndo no asfalto

Enquanto isso a negra ali
Vem com seus grandes dedos largos
E unhas vinho há mês mal feitas
De cima do seu tamanco bicolor
Ostenta dois peitos balofos apertados
Pulando de um apertado sutiã
Que foi púrpura um dia
Nos seios da patroa siliconada da tiazona

A modorrenta vida do cão
Estirado sobre o poço seco
Da casa morrinhenta de janela amarela
Parece do ‘bão’ e do ‘mió’.
Sem cria choramingando fome
Nem ‘hômi’ pra lhe descer o braço
Ou foder as enteadas púberes.

Ainda dizem que eu sou o poder...

Nenhum comentário:

Postar um comentário